quarta-feira, 9 de março de 2011

Ela sempre odiou o Natal, na verdade a data só servia para lembrá-la da família que ela não tinha. Ela desejava todo ano que do dia 23 de dezembro pulasse para Primeiro de Janeiro, aqueles dias pra ela não fazia diferença. Não significavam nada.
Suas amigas sabendo de sua opinião sobre o feriado, sempre iam com ela no cinema no dia 24 antes de irem para suas casas se arrumarem pra encontrarem suas famílias e jantarem juntos. Aquilo era a demonstração de que elas estavam com ela. E ela sempre soube disso e ela agradecia a todas por isso, por lhe permitirem esquecer um pouco de toda decepção que todo ano vinha com essa data...
Mas nesse ano, elas não puderam ir... Cada uma tinha um compromisso diferente e pela primeira vez ela se viu totalmente sozinha.
E seus pés inconscientemente a levaram ao cinema, mesmo que sozinha e ela sentou-se na ultima fileira do cinema esperando que o filme começasse e a tirasse da realidade nem que fosse por meia hora.
Do lado oposto um garoto entra e do mesmo modo senta na ultima fileira do cinema. Quando o olhar dos dois se encontra algo incompreensível aconteceu, algo como reconhecimento, ainda que nenhum dos dois nunca tivesse se visto.
Uma cadeira era toda a distancia que os separavam, mas os destinos já estavam entrelaçados há muito tempo.
E nenhuma foi a surpresa de quando acabou o filme os dois caminharam para se conhecer melhor, ela ria porque tinha vontade e nunca tivera alguém que a fizesse se sentir tão bem.
Ela nunca ficou sabendo o que ele foi fazer naquele cinema sozinho e ela também nunca perguntou com medo de quebrar o encanto, medo dele desaparecer na frente de seus olhos...
Mas o que é bom sempre acaba e o celular que ficou gravado na agenda de cada um era a única promessa de que tudo aquilo não ia passar de um sonho.
Pela primeira vez ela conseguiu suportar o natal, a cabeça dela estava longe e a única vez que ela voltou a terra, foi quando viu uma mensagem dele: Feliz Natal, e uma carinha feliz do lado, e ela sorriu junto não sabendo se era imitando a carinha feliz ou pelo simples fato de alguém ter lembrado dela...
Na semana seguinte os dois se encontraram de novo e a magia foi a mesma, era como se estar com ele fosse um pedacinho do paraíso.
No ano Novo, a meia noite, ela recebeu outra mensagem: Feliz Ano Novo! E pela primeira vez ela tinha esperança de que o ano que chegava talvez fosse melhor do que esse que passou.
No Natal seguinte, completando um ano de namoro, ela pode finalmente escrever que o natal tinha se tornado especial... que ele era o milagre de natal dela...

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