quarta-feira, 12 de setembro de 2012

E ela saia para fugir do vazio. Ela se arrumava, colocava o cabelo pra um lado, se maquiava e ao olhar no espelho via quem ela queria ser e não era. Esperava que a pessoa no espelho fosse capaz de fazê-la esquecer por uma noite daquilo que ela sentia falta todos os dias. E foi no meio de todos, no meio da noite, no meio de tudo que ela percebeu que o vazio continuava lá, ela sentiu pela primeira vez o que era estar sozinha mesmo estando rodeada de pessoas. E olhou pra cima e não viu sentido em mais nada, não entendeu porque estava mais ali, não sabia como se mantivera entorpecida por tanto tempo. De repente tudo soava demais, tudo soava falso, tudo fazia parte de um ambiente que ela não fazia parte. Ela era a única que se sentia um peixe fora dágua não importa o lugar que fosse. Pelo simples motivo dela pertencer a tudo, mas não fazer parte de lugar algum. Ela não era suficiente, ela não se sentia assim... Era como se sempre estivesse esperando mais daquilo que era oferecia. Ela não tinha o sorriso mais bonito, Não sabia dançar perfeitamente e nem tinha um rosto que poderia ser capa de revista, mas ela tinha um coração que sinceramente já estava desacreditado de tudo. Ela não tinha mais esperança, ela não tinha respostas, ela simplesmente entendeu que não se pode fugir do que levamos por dentro.

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