domingo, 28 de março de 2010

Ela olhou pra frente. O medo estampado no olhar. Ela encontrou seu olhar e o temor diminuiu um pouco. Não porque ela tivesse com menos medo da situação que estava prestes a enfrenter. Mas porque ela sentia que se ele estivesse com ela, ela podia fazer tudo. Até hoje ela não sabe como ele foi parar na sua vida. Talvez um golpe de extrema sorte ou destino, ou coincidência. O fato é que ela não sabia como viveria sem ele agora. Enquanto esperava reviveu tudo que já viveu com a pessoa mais perfeita que já encontrou, enquanto sentia um calor agradável que fazia círculos em suas mãos... A porta se abriu e ela se deparou com uma máquina do tempo, convidando-a para reviver tudo o que jurou nunca mais lembrar. Os fantasmas do seu passado que tantas vezes a perseguiram entravam em cena de novo. Mas agora era ela que os procurava. A pessoa na porta a olhava com os mesmos olhos sobre a mesma sobrancelha arqueada. O homem à sua frente era seu pai. Quem a tinha abandonado pequena e nunca deu uma satisfação. Nenhum dos dois tinha tendências a comunicação. Os assuntos ficaram no trivial e numa promessa de um encontro posterior. Ela saiu e apertou seus lábios nos garotos de olhos cor de mel que a observava com um olhar cuidadoso. Agradeceu a Deus por naquele momento ter alguem assim. E na sua cabeça somente um pensamento existia: Seja com o garoto que andava ao lado dela ou não, ela nunca formaria uma família partida com a que ela teve. De jeito nenhum faria seus filhos terem que bater a porta de um desconhecido que deveria conhece-los e cuidar deles acima de tudo. Quando o seu namorado a perguntou sobre o que ela tanto pensava, deu a única resposta que alguém que nunca teve que passar por isso entenderia... Nada.

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